Em certas madrugadas, sons me aquecem e alguns deles me tocam e/ ou me inspiram à minha revelia.
Também entre leituras e alguns deslumbramentos, (bons) desassossegos de espírito, sempre que podem, me visitam. E eu lhes retribuo alegremente com minhas boas-vindas.
E entre essas idas e vindas, mergulho nas boas sensações (e prazeres) que a vida me apresenta.
A explosão de um bombom- de chocolate dito nobre- no céu da boca opera milagres. Algo etílico do bem (e dos bons!), então, é a suprema sensação de êxtase.
Colabora para a paz de espírito também ficar alheia a um mundo aí fora que me faz sentir , por vezes, menos humana.
O que muitos poderiam rotular como alienação, egoísmo ou “negligência” para tal suposto isolamento, pra mim é o tal instinto de autopreservação.
Nessa altura dos meus outonos – quase invernos - razoavelmente bem vividos e não mais questionáveis, apenas danço. Experimento outras “vertentes”, algo mais “nonsense”, leve, pra brincar, pra me desligar, redescobrindo novos movimentos que me fazem flutuar. E também pra constatar que meus joelhos e pernas ainda estão firmes e fortes rsrsrs.
Os movimentos chegam inusitados, irrefreáveis em um corpo que destoa da cabeça. Mas se harmoniza com a alma.
Não dá pra pensar. Só pra sentir.
São artérias, veias, coração vibrando e fazendo a vida pulsar inebriante, em sintonia total com algo muito superior e também inquestionável.
Nesses momentos não existe limite - o limite é a barreira que a mente cria, como diria o poeta. Não há medos nem vazios a serem preenchidos. Apenas a percepção de que a vida pode ser muito simples demais de ser vivida. E boa demais da conta!
(...)
E as melhores palavras são as não ditas.
E sem mais blablablás, um lindo final de semana a todos!