Rosana Gimael Blogueira

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segunda-feira, 21 de março de 2016

DESABAFO (IM)PERTINENTE


Diante de tudo o que tenho visto nas redes sociais e, cada vez mais me surpreendendo com o ser humano, venho fazer das palavras Pasquale Cipro Neto  minhas palavras- aqui apenas com uma ressalva ao termo Imbecis (Umberto Eco), a que interpreto como alienados ou limitados a se expandirem em novos horizontes.

Como professora apaixonada- temporariamente aposentada- pela sala de aula, porém desencantada com os bastidores;como  uma cidadã  entristecida e indignada não só com o PT, mas com toda a lama que hoje atravanca a evolução do meu país; como uma mulher em transição com a tal terceira idade; como uma brasileira que se recusa a sair do meio acadêmico; como alguém que, permanentemente, se recusa a ser manipulada por essa mídia que -enfática e sistematicamente- induz a massa a se comportar como rebanho; como alguém que hoje não pertence a nenhum Partido  ou Religião; como uma brasileira que trabalhou incansavelmente durante 35 anos e emancipada desde os 15, professando em atitudes (não somente na paixão pela profissão) a vontade imensa de ajudar o país conduzindo, incentivando e promovendo em sala de aula e fora dela, alunos em cidadãos pensantes e atuantes; como mãe que exaustiva e permanentemente se dedicou a forjar o caráter de seu filho e como uma brasileira-cosmopolense que teve o privilégio de conviver com  pessoas que primaram não só pela educação formal como brilhantemente me passaram valores imensuráveis, venho nesse tênue e questionável espaço, registrar meu repúdio diante do conteúdo de certos textos e áudios que se espalham freneticamente pela rede, pela falta de compreensão ou compreensão à revelia dos fatos, pelas palavras grotescas e deselegantes dos julgadores, dos Pilatos, dos oportunistas de plantão,  da supremacia da Alienação sobre a intenção de procurar saber mais e mais sobre todas as “afirmações” e “constatações” possíveis, além do óbvio e inquestionável, (das verdades absolutas e eternas), dos que rotulam, dos que escarnecem, dos que disparam  palavrões como mísseis etc etc etc.

Aqui fica o desabafo de uma apaixonada pela leitura – e pelo contexto a que ela se insere-, de alguém que “escarafuncha” , curiosa e atenta aos sentidos das palavras, tentando entender todos os lados a tal “Verdade Absoluta”.
Aqui fala alguém que busca entender além do óbvio.
Aqui ficam questionamentos no ar passíveis realmente de serem, no mínimo, surreais: Intervenção Militar? Impeachment? Golpe? Bolsonaro, Aécio, Feliciano no Poder? Moro, um herói a ser idolatrado, em Pátria esfacelada? Somente o Lula e o PT são culpados por tooodaaaaa a corrupção que  assola há muito tempo  nosso país? Dilma, independente da falta de aptidão em governar e com suas atitudes pra lá de questionáveis merece, como mulher, receber as grotescas palavras que se espalham desvairadamente por todos os lados?

Recorro a esse espaço, onde tenho poucos amigos, para dizer que sinto muitíssimo em ter que presenciar de certas pessoas por quem tenho profunda e imensa admiração, comentários tão duvidosos e palavras tão afiadas no julgar ao próximo, seja quem for esse próximo. Pensar o que se pensa é uma coisa, falar e registrar enfaticamente com palavras chulas é desrespeito por demais. Imagino a Educação que vem de casa, imagino alunos e filhos induzidos por essa postura. Como professar um mundo melhor, uma Educação de qualidade ao constatar que a tal cidadania (e democracia) se valha disso: ódio, escárnio, intolerância? Somos todos santos, donos da verdade? Que poder nos é atribuído ao julgarmos o tempo todo e expressarmos a indignação dessa forma?

Sou brasileira com muito orgulho e farei meu voto valer sempre- incansavelmente, na minha modesta e genuína vontade- na esperança de ver o meu país sair das trevas. Os ensinamentos que tivemos em casa extrapolaram os bancos escolares e diplomas. Independente de qualquer ideologia, de um partido, de uma religião somos, sim, modelos para nossos filhos, alunos e amigos com Atitudes, no mínimo, coerentes e/ou admiráveis para reverter a situação- como nossos ídolos um dia nos passaram- retribuindo toda a nossa indignação  e  revolta contra a corrupção não somente no Governo mas contra aquele famoso “jeitinho brasileiro” que, infelizmente, todos sabemos, sim, ainda impera neste país e para o qual muitos ainda recorrem, sem subterfúgios, sem nenhuma timidez, sem qualquer parcimônia ou juízo de valor.

“Há muitas maneiras para se afirmar. Uma só para negar.”

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/2016/03/1750845-somos-todos-imbecis.shtml