Diante de tudo o que tenho visto nas redes sociais e, cada
vez mais me surpreendendo com o ser humano, venho fazer das palavras Pasquale Cipro Neto minhas palavras- aqui apenas com uma ressalva ao termo Imbecis (Umberto Eco), a que
interpreto como alienados ou limitados a se expandirem em novos horizontes.
Como professora apaixonada- temporariamente aposentada- pela
sala de aula, porém desencantada com os bastidores;como uma cidadã entristecida e indignada não só com o
PT, mas com toda a lama que hoje atravanca a evolução do meu país; como uma
mulher em transição com a tal terceira idade; como uma brasileira que se recusa
a sair do meio acadêmico; como alguém que, permanentemente, se recusa a ser
manipulada por essa mídia que -enfática e sistematicamente- induz a massa a se
comportar como rebanho; como alguém que hoje não pertence a nenhum Partido ou Religião; como uma brasileira que
trabalhou incansavelmente durante 35 anos e emancipada desde os 15, professando
em atitudes (não somente na paixão pela profissão) a vontade imensa de ajudar o
país conduzindo, incentivando e promovendo em sala de aula e fora dela, alunos
em cidadãos pensantes e atuantes; como mãe que exaustiva e permanentemente se
dedicou a forjar o caráter de seu filho e como uma brasileira-cosmopolense que
teve o privilégio de conviver com pessoas
que primaram não só pela educação formal como brilhantemente me passaram
valores imensuráveis, venho nesse tênue e questionável espaço, registrar meu
repúdio diante do conteúdo de certos textos e áudios que se espalham
freneticamente pela rede, pela falta de compreensão ou compreensão à revelia
dos fatos, pelas palavras grotescas e deselegantes dos julgadores, dos Pilatos, dos oportunistas de plantão, da supremacia da Alienação sobre a intenção de procurar saber mais e mais sobre
todas as “afirmações” e “constatações” possíveis, além do óbvio e
inquestionável, (das verdades absolutas e eternas), dos que rotulam, dos que
escarnecem, dos que disparam palavrões
como mísseis etc etc etc.
Aqui fica o desabafo de uma apaixonada pela leitura – e pelo
contexto a que ela se insere-, de alguém que “escarafuncha” , curiosa e atenta
aos sentidos das palavras, tentando entender todos os lados a tal “Verdade
Absoluta”.
Aqui fala alguém que busca entender além do óbvio.
Aqui fala alguém que busca entender além do óbvio.
Aqui ficam questionamentos no ar passíveis realmente de serem,
no mínimo, surreais: Intervenção Militar? Impeachment? Golpe? Bolsonaro, Aécio,
Feliciano no Poder? Moro, um herói a ser idolatrado, em Pátria esfacelada? Somente
o Lula e o PT são culpados por tooodaaaaa a corrupção que assola há muito
tempo nosso país? Dilma, independente da falta de aptidão em governar e com
suas atitudes pra lá de questionáveis merece, como mulher, receber as grotescas
palavras que se espalham desvairadamente por todos os lados?
Recorro a esse espaço, onde tenho poucos amigos, para dizer
que sinto muitíssimo em ter que presenciar de certas pessoas por quem tenho
profunda e imensa admiração, comentários tão duvidosos e palavras tão afiadas
no julgar ao próximo, seja quem for esse próximo. Pensar o que se pensa é uma
coisa, falar e registrar enfaticamente com palavras chulas é desrespeito por
demais. Imagino a Educação que vem de casa, imagino alunos e filhos induzidos
por essa postura. Como professar um mundo melhor, uma Educação de qualidade ao
constatar que a tal cidadania (e democracia) se valha disso: ódio, escárnio, intolerância?
Somos todos santos, donos da verdade? Que poder nos é atribuído ao julgarmos o
tempo todo e expressarmos a indignação dessa forma?
Sou brasileira com muito orgulho e farei meu voto valer
sempre- incansavelmente, na minha modesta e genuína vontade- na esperança de
ver o meu país sair das trevas. Os ensinamentos que tivemos em casa extrapolaram
os bancos escolares e diplomas. Independente de qualquer ideologia, de um
partido, de uma religião somos, sim, modelos para nossos filhos, alunos e amigos
com Atitudes, no mínimo, coerentes e/ou admiráveis para reverter a situação-
como nossos ídolos um dia nos passaram- retribuindo toda a nossa indignação e revolta contra a corrupção não somente no
Governo mas contra aquele famoso “jeitinho brasileiro” que, infelizmente, todos
sabemos, sim, ainda impera neste país e para o qual muitos ainda recorrem, sem
subterfúgios, sem nenhuma timidez, sem qualquer parcimônia ou juízo de valor.
“Há muitas maneiras para se afirmar. Uma só para negar.”
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/2016/03/1750845-somos-todos-imbecis.shtml