Rosana Gimael Blogueira

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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

PROCURAR SABER MAIS É LIBERTADOR!


Foto: Gabriel de Paiva - Morro da Mangueira(2007)


O QUE ACONTECE DEPOIS?

Por Ernesto Xavier

Digamos que no aspecto bélico, a intervenção federal dê certo. Assim, imaginemos que os caras retomem os territórios comandados pelo tráfico, que apreendam armas e drogas, que bandidos sejam presos em massa, que os índices de violência realmente caiam. Tipo, imagina a Noruega, Papai Noel, renas, crianças cantando jingle bells em norueguês, essas paradas de filme da sessão da tarde na década de 90.
Os militares podem voltar para suas tarefas diárias, a intervenção acaba, a segurança volta para as mãos do governo estadual.
Visualizou o cenário?
Então...o que acontece depois?
Imaginem uma árvore bem frondosa, com vários galhos e folhas. Vem um funcionário da Comlurb e faz a poda. Diminuem os galhos que estavam atingindo a fiação, somem as folhas por um tempo, a árvore fica “pelada”. O que acontece depois?
Véi...
Volta a crescer, parece até que ganha mais força, se espalha, as folhas voltam com tudo, galho pra todo lado. Eita árvore bonita! Aí tu liga no 1746 pra pedir pra alguém vir podar de novo e a telefonista (ela não vai te atender, mas...) vai te dizer que o serviço já foi feito, só lamento, perdeu menor, não vai rolar, contrata um particular. Sacou?
Eu tô tentando falar em metáfora pra ver se o conceito fixa melhor na mente.
Um helicóptero tinha 400 KILOS DE COCAÍNA EM PASTA, que virariam mais de 4000 kilinhos do pó branco. Uma carga que vale uns 10 milhões de dólares apreendido na fazenda do senador, que poderia ter a Holanda como destino final. Uau! O que aconteceu depois disso? NADA. Nadica de nada. O baile seguiu. Ninguém sabe, ninguém viu.
Esse foi apenas um helicóptero. Tem muito mais. Tem muito mais mesmo. Tem aviões. Caminhões. É muito pó. É muita erva. Quem ganha com essa parada está é rindo da nossa cara discutindo sobre intervenção federal, intervenção militar, general, Temer, Pezão. Os caras não sentem nem cócegas. O preço do bagulho tá é aumentando. Estão fazendo propaganda do negócio deles.
Traficante de favela é fichinha no negócio. É só a pontinha da parada. Tipo Silvio Santos e revendedor Jequiti. Você acaba com o revendedor, o Silvio Santos ainda tá lá, cara. Ele vai contratar outros.
Entrar na casa do Jurandir com mandado de busca e apreensão coletivo é moleza. Quero ver bater na cobertura da Vieira Souto. Aí o bicho pega. Vai vir ministro, general, juiz do STF, o escambau pra impedir. Se quisessem acabar com o problema da violência na favela, era só prender os bandidos em Ipanema. Igual acupuntura. Coloca a agulha na orelha pra curar o fígado. Funciona.
O tráfico de drogas movimenta 1,5% do PIB mundial, o que dá uns 320 bilhões de dólares por ano. Esse dinheiro tá com o pretinho na favela? Aquele cara sem camisa, cordão de ouro, bermuda da Redley, Havaianas e um fuzil? Sério que você acredita nisso?
Se, por acaso, uma grana dessa estivesse concentrada nas mãos de gente pobre e preta das periferias, a elite imediatamente daria um jeito de legalizar a parada, cobrar imposto e levar o seu por fora.
A parada funciona exatamente porque assim como no resto da sociedade, dentro do universo do crime, é na favela que fica a pior parte, o resto, o lixo, o indesejável. O aterro sanitário nunca fica no bairro nobre, meu caro.
Então, voltando ao suposto sucesso da intervenção, o que aconteceria depois?
A periferia continua com gente pobre, sem emprego, com baixa qualificação, sem posto de saúde, com escola precária, índices sociais baixíssimos, etc e tal. O moleque vai continuar sem comida em casa. A televisão vai mostrar o granfino com carro do ano e tênis Nike. Ele vai querer. A equação não vai fechar. A maioria não vai recorrer ao crime, mas...vai ter gente disponível pro recrutamento.
Desigualdade, cara.
Tu com esse papo de “ensinar a pescar”, tu é um hipócrita. Vai lá com teu anzol ensinar alguém a pegar lambari, vai. Tu não quer ver ninguém aprendendo nada. Tu quer só andar com teu Galaxy sem ser importunado. Se o moleque tomar um tiro na favela você vai é rir.

O Rio de Janeiro vai ser o mesmo quando a intervenção for embora, porque a intenção da intervenção é manter tudo como está. Ela não mexe na estrutura. Ela só pinta a parede da fachada e te vende a casa cheia de cupim na madeira.
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BI-ZAR-RO

Fonte: Caneta Manipuladora. Disponível em: <https://www.facebook.com/canetadesmanipuladora/posts/559837884382662>

3 das 4 revistas com maior circulação do Brasil chegam as ruas com a mesma sobrecapa. (Atenção, SOBRECAPA é uma folha que envelopa a capa principal e está disponível para propaganda).
O Governo Federal segue seu plano de subir os investimentos em publicidade na mídia, que em algumas revistas chegou a saltar mais de 1000% após o golpe.
Sabe quanto custa cada sobrecapa? Segundo a tabela oficial:
Veja: R$ 650.000,00 (valores de 2018)
Época: R$ 200.000,00 (valeres de 2013 - não achamos mais atual)
IstoÉ: R$ 358.000,00 (valores de 2018)
É triste quando o dever de informar é calado... se não a força, pelo dinheiro. Com tanto dinheiro fluindo para dentro das redações que amargam baixas vendas e tiveram demissões de setores inteiros, o apoio político a uma agenda é feito com o nosso dinheiro.
Não que o governo não deva publicitar o que está sendo feito. Mas infelizmente o que vemos é uma concorrencia desleal com a compra do silêncio - quando não do apoio - de colunistas, jornalistas e outros istas para forçar aprovação de algo impopular e que não tem votos para passar.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

PARAÍSO DO TUIUTI - A VOZ DO POVO?

Foto: NINJA

Se o povo não tem voz na mídia, a escola de samba Paraíso do Tuiuti falou por ele! A reverberação de sua passagem pela Sapucaí foi grandiosa, retumbante! 
Tuiuti desmoralizou o golpe, a Globo, os coxinhas, a FIESP, o judiciário, a lava jato, a PF, o MPF, não sobrou nenhum fascista para ser desmoralizado. Desfile da Tuiuti foi o mais importante desfile de uma escola de samba em toda história do carnaval, a despeito de toda a tramoia e manipulação da grande mídia!
Um desfile hisórico!
Haverá uma luz no fim do túnel?
"O gigante adormecido sonha! Ele está vivo!"
Ala dos manifestantes fantoches. (Foto: NINJA)

Veja mais nos links abaixo:








segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O CANSAÇO DO POVO


Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que criminaliza a política indistintamente e avilta um dos fundamentos da democracia representativa
O Estado de S.Paulo
11 Fevereiro 2018 | 03h00

A ministra Cármen Lúcia fez uma leitura acurada do atual estado de espírito de grande parte da sociedade. Em visita a Goiás para a cerimônia de inauguração de um novo presídio em Formosa, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) disse que “o cidadão brasileiro está cansado da ineficiência de todos nós (autoridades públicas), cansado inclusive de nós do sistema Judiciário”.
A declaração da ministra é mais surpreendente por vir da chefe de um dos Poderes do que por seu conteúdo, que já havia sido diagnosticado por uma miríade de pesquisas de opinião e pode ser constatado em qualquer roda de conversa País afora.
De fato, os brasileiros estão cansados do Poder Judiciário. Mas de um Judiciário muito particular, não do Poder que foi consagrado pela literatura política como a última linha de defesa na garantia dos direitos sociais, individuais e coletivos. Não há um cidadão sensato que apregoe a prescindibilidade do Poder Judiciário como um dos esteios da República. Se há, não é sensato.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que criminaliza a política indistintamente e, assim agindo, avilta um dos fundamentos da democracia representativa.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que usurpa as competências de outros Poderes em nome de uma superioridade moral que não encontra resguardo na Constituição, governando e legislando quando assim lhe apraz sem correr os riscos políticos que correm aqueles que dependem do voto popular para exercer o múnus público.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que parece ser composto por cidadãos imunes ao alcance da lei, como quaisquer outros, tão somente por terem sido aprovados em um concurso público.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que “pune” os seus membros que cometem crimes e desvios funcionais com uma polpuda aposentadoria compulsória.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que concede férias de 60 dias para os seus - sem contar os períodos de recesso judiciário -, enquanto a esmagadora maioria do povo brasileiro nem sequer consegue gozar os 30 dias a que tem direito, não raro tendo de “vender” parte dos dias para reforçar sua renda.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que não se constrange em ir contra a realidade do País a que serve e concede a seus membros “auxílios” imorais, que nem sequer são tributados, como é a renda de quase todos os brasileiros, e tampouco são contabilizados para efeitos de teto constitucional.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que não dá à sociedade as respostas que ela demanda em um prazo razoável, deixando de julgar em tempo oportuno ações do mais relevante interesse, como são os casos dos réus e indiciados no âmbito da Operação Lava Jato que ainda não foram julgados pelo STF, onde tramitam processos por conta do foro por prerrogativa de função.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que, em nome de seus interesses meramente corporativos, boicota projetos fundamentais para o País, como a reforma da Previdência. Como interpretar de outro modo as sucessivas decisões judiciais que suspenderam a veiculação de campanhas informativas do governo a respeito de pontos cruciais da reforma? Não por acaso, pulula nas redes sociais uma infinidade de mentiras a respeito da reforma, enganando a população num tema tão grave como é a Previdência - e disso a Justiça não toma conhecimento.
Os brasileiros estão cansados de um Poder Judiciário que gasta quase sete vezes mais do que a soma dos Poderes Legislativos da União, dos Estados e dos municípios, de acordo com os dados da ONG Transparência Brasil.
A fala da ministra Cármen Lúcia é alvissareira porque, sendo quem ela é e tendo o papel que tem, dá esperança à sociedade de que este tipo de Poder Judiciário do qual ela está cansada pode estar com os dias contados. Que assim seja.