Rosana Gimael Blogueira

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sábado, 26 de setembro de 2015

ENTRE AS MONTANHAS DE MINAS

"Em Minas  o caldo  engrossa, o tempero entranha, o sentimento verticaliza".(Caetano)

Ó,  imponentes Montanhas
Que hoje me inspiram
Em meio  a profusão
De beija-flores e magníficas borboletas.
Montanhas que imprimem – ao vivo
O retrato da vida sonhada em colorido real.
Montanhas que trazem 
Renovados sentimentos
Deliciosas sensações
Em tempo certo.

Montanhas que delineiam   
A casa branca de janelas azuis com sua chaminé
A porteira que escancara a simplicidade da vida.
Montanhas que  resgatam  
As boas lembranças
Os sabores de meninice
Os devaneios  de mocinha
Os deleites  de mulher.

Montanhas que  trazem  
O homem – de olhos de menino
De  mãos generosas
De sincera  entrega -nas atitudes e no coração
De  ternura nos gestos
De doçura nos  afagos.

Montanhas que anunciam
Aquele que aponta
Outra direção.
Aquele que apresenta
A magnitude da bucólica paisagem
O orquidário exuberante
A vasta horta com ora-pro-nóbis
O  queijo fresco
As delícias todas  de Minas.
Montanhas que descortinam
Em rompante de Primavera
Um novo bem-querer.

Ó, grandiosas  Montanhas
De onde nascem fartas e cristalinas  águas
Milagrosas águas que limpam
Tristezas dores angústias
Que filtram as impurezas da alma
Que levam embora 
Os amores imprecisos e as paixões desmedidas
Que transmutam
Mágoas desaprumos  desatinos
Em profundo amor.

Ó, majestosas  Montanhas de Minas
Moradas em que se abrigam  soberanos
O Rei – bola de fogo
A Rainha – bola  de prata
Montanhas que testemunham
Um novo caminhar
O selar de novos pactos novas promessas.

Divinais Montanhas
Bendigam esse tão especial momento!
Vertam-se de suas fendas
Suas milagrosas águas
Como se chuvas de bênçãos fossem!

Mágicas  Montanhas das Geraes
Não silenciem agora
A sinfonia de pássaros
A sincronia de cores
Os sabores  cheiros e texturas 
Das coisas de Minas.

Generosas  Montanhas
Que oferecem  banquete farto
Aos meus olhos
Engordam  meu coração 
Abastecem  minha alma
Tranquilizam meu espírito
Vivificam a minha essência.

Montanhas que me preenchem  
De alegrias incontidas
De inebriantes emoções
Que me apresentam  o néctar
De um novo tempo.      
                                                                   
Inspiradoras  Montanhas
Que  oferecem  sublime coletânea
De suaves  e inéditas melodias
De novos sóis luas e estrelas
Consagrem - cúmplices
O encantamento  desse (re)encontro.


Místicas  Montanhas
Deixo-me enveredar  por seus segredos
Por suas inspiradoras instigantes e
Imponentes formas que agora brotam
Em ébrios e trôpegos versos
De uma alma enlevada arrebatada
(Hoje resgatada)
Por significância maior da vida.


Montanhas de tão  boas e lindas vibrações         Abençoem esse nobre sentimento
O novo avivamento
Nesta  estação tão sintonizada
Com os  pequenos grandes  milagres  da vida.
E que tudo o mais se faça luz!
(...)
Uai, que assim seja então, Sô!

                                             


                                       







domingo, 20 de setembro de 2015

QUANDO OS IPÊS FLORESCEM


Despontam majestosos e soberanos  nas esquinas 
Ipês roxos brancos amarelos rosados
Despejam-se deles  flores graciosas e fartas
Joias que pendem em refinadas cascatas
De seus  majestosos galhos.
A paisagem tinge-se de cores multifacetadas
Solos ressequidos e ruas cinzentas
Revertem-se em vastos tapetes coloridos
Nas  calçadas nas  ruas...


Quando os ipês florescem
Prenunciam os longos e luminosos dias
Da nova estação.
Renovam o verde  a nossa volta
Emolduram harmoniosos campos montanhas e estradas 
Imprimem  arte 'in loco' 
Saúdam vibrantes a manhã  ensolarada
E o bem-te-vi
Que vai pousar  na janela da Odalisca de olhos enviesados.
Entoa ele  estridente e todo pomposo
Com acordes vibrantes:
“Acorda princesa  que a vida te espera
Lembra  que o amor tem urgência
Não releve a sua luz!"

Quando os ipês florescem
Trazem
O resplandecer de nossas novas sementes
O renascer de "novos" sentimentos
O despertar 
Para um "colorido maior" da vida!
E a nossa hóspede - Primavera - chega enfim
Quente e radiante
Anunciando para quem quiser ouvir:
"Deixe-se invadir por nobres sentimentos e seja feliz"!


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

AMOR ALADO

“O amor não vê com os olhos, vê com a mente; por isso é alado, cego e tão   potente.” Shakespeare
Imagem: www.overmundo.com.br
Morreu - dia desses - em sua velha e desconfortável  residência
(Em peito angustiado)
Um coração vitimado pelos desenganos
Aprisionado por quimeras
Tomado por vãos sentimentos.
Morreu  em noite escura, calada e fria
(Em boa hora, na hora certa)
Um coração incauto dolorido  desencontrado  disritmado.

Nasceu- dia desses - agora em sua nova e confortável  residência
(Em peito já aliviado)
Um novo coração.
          Em dia iluminado, “transplantado” através de um nobre  doador
Nasceu um coração com artérias vigorosas
Com renovado sangue  
Coração transfundido  e bombeado  
Por  lindas e compassadas batidas
Por doces e inspiradores sentimentos.

De milagroso renascer
Foi o coração resgatado fortalecido restaurado
Por um doador de verdadeiro amor
Anjo que aterrissou com asas douradas
De  mansinho e sem avisar.

Fincou em mim olhar banhado em água benta
Exorcizou sentimentos contraditórios
Hipnotizou-me com as retinas de seus olhos lindos
Veio para um entendimento Maior
Trouxe consigo  a calmaria
Transmutou engodo e melancolia
Em alegria desmedida.
E meu coração passa muito bem
Com sua nova vida  com suas bem compassadas batidas
Com seu novo amor.
Meu coração – hoje -  anda muito ocupado em
Ser feliz.   

Inspirada por Disritmia com Zeca Balero e versos de Shakespeare


domingo, 13 de setembro de 2015

O MINUTO TRANSFORMADOR



Houve uma época
Em que achava meu nariz um despropósito de grande
Em que meus cabelos traduziam minha ebulição interior
Em que meus olhos estrábicos distorciam foco e direção
Em que me afligia com meus seios que não “cresciam”
Em que me atormentava com  a oscilação de peso
E a turbulência dos hormônios.

Houve um tempo
Em que minhas mãos corriam sôfregas sobre o piano
Em que tive como companheira inseparável uma Monareta
Em que passava mais tempo na rua  do que em casa
Entre verdes marrons e azuis e pássaros como companheiros.

Houve uma época
Em que me debrucei vorazmente sobre livros
Em que questionava o mundo e tudo a minha volta
Em que abominei o convencional e todos os dogmas
Em que quebrei paradigmas que não mais me representavam.

Houve um tempo
Em que resplandeci pra vida
Em que minhas pernas anunciavam minha chegada
(E denunciavam o quanto o sol e o mar me faziam bem)
Em que abandonei temporariamente todas as leituras
Em que me afastei de Deus  e acreditei apenas em minha crença
Em ser feliz.

Houve uma fase
Em que vivi tudo intensamente como se nada mais viesse pela frente
Em que descobri na prática conceitos e valores vitais para prosseguir destemida
Em que não acreditava mais no Maktub
Em que meus pés calejaram por  andanças em solos férteis
Em que mergulhei em amores, mares mornos e calmos
E em grandes paixões, mares incandescentes e revoltos.

Houve um tempo
Em que morri por dentro
Em que me voltei para Deus
Em que procurei pelos clássicos menos “malditos”
Em que me inspirei me recriei me sintonizei me abasteci através da música
E de pessoas de boa vibração e de afetos grandiosos
E, então, sobrevivi a tormentas e a contingências.

Hoje é um tempo
Em que sou  adocicada abrandada resgatada por minhas escolhas
Em que me sinto  brindada (impregnada, blindada?!)
Pela sabedoria do avançar dos anos
Pela leveza apenas de ser o que sou
(Por me esquivar  de certa  alienação)
Pela libertação que só o conhecimento traz
Ou pela chama acesa do desejo de viver a vida plenamente.
Hoje prossigo
Sem me agregar a rótulos a padrões impostos
Sem me furtar de ouvir a voz (bendita!) do coração.
Há tempo  
Pra recomeçar  pra me  redimir de erros pra passar a vida a limpo
No presente certo.

Hoje
Fecho as  portas e as janelas  para o passado ruim
E as escancaro- todas elas
Para  perdoar fazer as pazes com o mundo e comigo mesma.
Hoje é o  tempo
Em que me aceito – com todas “as delícias e dores  de ser o que sou”
E também aceito  o que não tem como ser mudado
Sem mais espernear.

Hoje
Me  amo com todas as minhas ( im)perfeições
E me sinto muito mais abastecida de amor e aceitação
Para amar o outro  com suas limitações.
Para relevar ou esquecer
O  que não mais acrescenta e me deixa fora de sintonia.

O Hoje é o meu  presente, o meu novo olhar
Para  um novo despertar
Para a Consciência Cósmica
Para o Eu Sou o que Sou
Para a chegada de novos sentimentos
Para surpreendentes e deliciosas sensações.

Agora
Sigo em frente sem olhar para trás sem mais questionar desacertos
(Apenas aprendi com eles e abrandei  desassossegos).
Sigo  em frente sem alimentar mágoas e  maus pensamentos
Prossigo me esforçando pra  fazer valer (na prática e de verdade!) a compaixão
Sigo munida e fortalecida
Do acolhimento comigo mesma e para com o outro
Da gratidão com tudo o que a vida me trouxe
Da paz que resolveu fazer  do meu espírito morada confortável e aconchegante
Do amor que pulsa pleno e vigoroso
De uma Força Maior
De uma alegria que me invade
E me leva a uma sintonia com o  Divino
E  me traz libertação e luz.

Hoje
Reside em mim um silêncio
“Que ecoa sonoro”
Trazendo revelação transformação e renovação
Arrefecimento do ego.
Esse silêncio tão  esperado  
Tão consentido e tão bem-vindo
Hoje
Estanca  dores
Cala questionamentos inúteis
Afugenta nefastos sentimentos.




















sexta-feira, 4 de setembro de 2015

SEMPRE A LUA...SEMPRE A MÚSICA!

  SEMPRE A LUA...SEMPRE A MÚSICA!

“Alguém me disse que tu andas
Novamente
De novo amor nova paixão
    Todo contente.
    Conheço bem tuas promessas
  Outras ouvi  iguais a essas.
               Esse teu jeito de enganar              
            Conheço bem...”      
E pouco me importa.                                                                
Hoje eu quero o deslumbramento o encantamento 
Da transbordante  
Cheia luz lunar.
Hoje  enlaço enveredo entremeio
Enlevada
Tomada por  braços ternos                 
Fortalecida e grata à lua ao Universo...
Hoje sou boca de beijos
Olhares afagos sussurros  juras de amor
Abraços longos.
Hoje sou brindada adocicada acarinhada
Amada.
Hoje sou grata a você
Que saiu da minha vida na hora certa.
E que você  tenha tantos outros amores
Página virada...
Porque o amor que hoje recebo
Me basta me preenche me entorpece
Me faz sonhar dançar subir e descer montanhas
Feito criança encantada.
Este novo amor
Hoje,
Me aquece me estremece me completa
Me  enluara
Me toma por completo
E me liberta.

E, com vocês, o genial "trovador", Zé Ramalho!

Show em Garopaba-SC em 2013
Era exatamente meia-noite quando pisei naquele recinto, sob um frio ártico, garoa fina e a  estridente  voz do locutor  anunciando:  Com vocês, Zééééééée´ Ramalhooooooooo!!!!!
Uauuu! Cheguei na hora, sem nenhum contratempo, vaga perfeita para o carro, multidão civilizadíssima - coisas do sul? E, de repente, cessou a chuvinha besta.
Já havia ido a dois shows dele. O de S. Thomé foi surreal, tamanha a energia que dele emanou e se espalhou pela multidão.  Não perderia esse por nada. Amo esse homem,  cujas canções me embalaram as tardes em Cosmópolis quando, das janelas envidraçadas da casa de minha mãe, eu mirava o Morro Castanho, sonhando com  novos horizontes, decifrando as letras de suas músicas, imaginando no que este homem se inspirava pra dizer o que dizia...Beeeem depois vim a saber. Mas isso fica pra uma próxima crônica!
E ali estava ele, um  nordestino desprovido de uma bela estampa, mas com um carisma descomunal,  elegante em todos os sentidos. E  ali, no gargarejo, estava eu e Zeus, cantando e dançando todas as suas (16)  músicas, sendo abduzidos  pra outras galáxias, viajando em e com as suas melodias.
“Rebuscando a consciência, com medo de viajar, vejo um velho cruzar a soleira de barbas longas: é o meu velho e indivisível  Avorai...avô e pai. São  os olhos, são as asas de Avorai”, mas poderiam ser do meu querido vô NATO – sem as barbas longas - que tão sabiamente nos conduzia a novas descobertas, nos lindos tempos de Cosmos.
“Eu desço dessa solidão e espalho coisas sobre o chão de giz, há meros devaneios tolos a me torturar... eu vou te jogar num pano de guardar confetes”... e lá vêm  amores represados, sufocados, mal vividos, não correspondidos.
“Eu entendo a noite como um   oceano que banha de sombras um mundo de sol, aurora que luta por um arrebol de cores vibrantes e ar soberano...  além, muito além do que quero chegar caindo a noite me lanço  no mundo, além do limite do vale profundo que sempre começa na beira do mar”...sempre o mar, feito esfinge,  pronto pra ser decifrado ou nos devorar.
“Ah, eu não sei se eram os antigos que diziam em seus  papiros que nas torturas toda carne  se trai”...as torturas que as engenhosas paixões(tão irracionais) nos trazem e os sorrateiros trancos do destino para os que não conseguem suportá-los (ou superá-los!).
“Foi um tempo  que o tempo não  esquece ...que os trovões  eram roucos de se ouvir e  todo o céu  começou a se abrir numa fenda de fogo” ...  pode  nos remeter  à busca incansável da espiritualidade. “E o poeta inicia a sua prece, escrevendo seus  novos mandamentos na fronteira de um mundo alucinado, cavalgando agalopado e viajando com loucos pensamentos” ...e lá  vamos nós, viajantes, em uma profusão de dúvidas que balançam nossas crenças, que nos  reforçam as iminentes crises existenciais.
“Sete vezes eu me ajoelhei  na presença de um ser iluminado, como um cego fiquei tão ofuscado ante o brilho dos olhos que  olhei...mas a mente talvez não me atenda, então eu prefiro um galope soberano à loucura do mundo me entregar” ...vai consolidando minhas impressões sobre o mundo e descortinando  as janelas da alma.
“Acho bem mais do  que pedras na mão dos que vivem calados, pendurados no tempo, esquecendo os momentos, na  fondura do poço, na garganta do fosso, na voz do cantador ...e virá como guerra a terceira mensagem e na cabeça do homem, aflição e coragem...afastado da Terra,  ele pensa na fera que o começa a devorar”...E, então, incorporo  o verbo, me aproprio da Palavra, me jogo no Apocalipse.
“E se o teu amigo, o vento,   não  te procurar é por que multidões ele foi arrastar”...e, romântica que sou, à procura dele  pra sentir o rosto açoitado por ele, o vento, que tudo arrasta, que tudo traga, que revira cabelos e pensamentos.
“Baby ,  dê- me o seu relógio que eu quero saber quanto tempo falta pra eu lhe  esquecer ...baby, nossa relação acaba-se assim  como um caramelo que  chega se ao fim” ...  estabelece a intensidade, incongruências  e finitude dos  relacionamentos se bem que o contexto pra ele é bem outro, dada a sua vida pregressa- mas o que importa¿  E continuo  a viagem  através dos sentidos,  do  extrassensorial   “apanhando na beira-mar um táxi pra estação lunar...surge a  bela, linda, criatura bonita, nem menina nem mulher  e pelo fogo do seu corpo  centelham raios de sol.”
E com “não admito que me fale assim, sou o  seu 16º  pai,  criptônia  desce em  teu olhar e  foi no  silêncio que  se habitou...e de  um cometa que se espatifou ao meio, surge um asteroide pequeno a que  todos chamam  Terra”... agora  me transporto `ao mundo real, sonhando com a ficção, “enquanto  um olho cego vagueia na multidão”.
E em transe,  danço revisitando o  passado com a serpente e a estrela...  “ninguém tem  o mapa da alma da mulher ...não existe saudade  mais cortante que a de um grande amor ausente, dura feito um diamante,  corta a ilusão da gente”.
E de  Menelau  a Lampião, de Helena de Troia à mulata da terra do condor, vai cantando( e descrevendo com maestria!)  “o feitiço atrativo do amor” e encantando a todos  com lindas e memoráveis metáforas (“a mulher tem na face dois brilhantes”) ...até o golpe fatal com  “mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor”. Uau!
E  aí se encerra o show, deixando a todos extasiados, emocionados, arrepiados.
Uma hora e cinquenta minutos de canções atemporais, prolongando as horas de encantamento, de momentos inebriantes, de  sensações indescritíveis, despertando sentidos, emoções, arrebatando a multidão delirante.
Grande Zé brasileiríssimo Ramalho, humildemente eu lhe  peço  toda a licença poética para aqui despejar  desencontradamente  ( e ainda inebriada!) fragmentos de sua poesia, de suas melodias que impregnaram todo o meu corpo, toda a minha alma!
Nada se compara a ir ao show  de um  ídolo nosso  e estar  tão perto dele!Uuuhuuuu!
Vida loooonga pra vc, Zé!
Um brinde à vida!
Um brinde a vc, meu muso inspirador!