Este blog destina-se a inserir algumas informações que possam ser úteis e, principalmente, que possam inspirá-los a algo interessante que fuja da mesmice. Atualmente, Mestranda em Divulgação Científica e Cultural, no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo-LABJOR/UNICAMP, venho me interessando pelo funcionamento do discurso em diversas plataformas midiáticas, na constituição, formulação e circulação desses discursos.
Era uma vez duas meninas inseparáveis
Habitantes da Cidade-Universo.
Nasceram primas com ascendência libanesa
Cresceram - as primogênitas - em meio a paparicos
De pais corujas - amorosos “mocinhos”.
Elas não eram muito chegadas a bonecas
Elas gostavam mesmo era de brincarem na rua.
Enquanto a mais velha – alguns dias apenas
Seguia descobrindo e ouvindo o bom Rock and Roll- ancorada por Jorge
A mais nova incursionava pela Bossa Nova - endossada por Michel.
Quando crianças
Enquanto uma se recusava a calçar sapatos - lançava-os longe
A outra se recusava a usar óculos - quebrava-os todos.
Na juventude cada qual perseguiu seu ideal de vida...
Enquanto a mais velha aproveitava a efervescência da revolucionária turma
Da esquina do Itaú
A mais nova enveredava-se pelo sol
Ora pedalando
Ora debruçada sobre os livros - transitando entre todas as "tribos"
Sem a nenhuma delas pertencer.
Ambas seguiram livres, libertas de todas as amarras
Apoiadas pelos pais (compadres-cunhados)
Ambas tiveram sua juventude em berço esplêndido
Ambas tiveram lá seus grandes amores
Ambas se permitiram ser felizes vivendo cada qual
O momento - como se fosse o último.
As meninas não eram de falar muito
Elas faziam acontecer.
O tempo passou...
Seguiram o curso de suas escolhas
Mantiveram suas essências a duras penas.
O tempo passou...
Houve momentos em que a distância aumentou.
Tornaram-se o resultado de suas escolhas
Mas sempre mantiveram conversas afinidades lindas lembranças
E os bons amigos - muitos deles em comum com as duas.
Hoje - quando se reencontram - o tempo pára.
Quando se olham, se reconhecem
E tudo é como sempre foi:
Sintonia total.
Então - nesses momentos - os gostos e afinidades se misturam
Risadas incontidas ternura imensa emergem
E tudo se dilui em doces gestos
Em alegria pura
Em Laços eternos.
Diferentemente da grande maioria das mulheres, eu nunca
sonhei em me casar e, principalmente, sempre fui avessa ao convencional, ao tradicional e,
claro, aos rituais das cerimônias de casamento, da Igreja à festa.
Vejam bem, eu
utilizei o verbo no passado. Eu nunca sonhei em me casar até encontrar Luigi e
por ele me apaixonar e, com ele, sonhar, fazer planos e senti-lo como o primeiro e o último amor.
Eu o conheci em uma das minhas viagens inusitadas entre
montanha e praia, sozinha. Deparei-me em uma encruzilhada, com Zeus – meu deus
grego, Luigi- a pedir carona, já que o carro dele estava ali no acostamento com
problemas no motor. Não costumo dar
caronas, mas algo muito forte me impelia a fazê-lo e fui o que fiz, sem pensar
duas vezes.
E lá fomos nós na estrada esburacada e empoeirada à
cidadezinha mais próxima onde eu estava hospedada – a cidade-natal
dele – mística, adorável, no alto das montanhas mineiras.
E, no caminho, entre uma trilha sonora deliciosa e papos
também pra lá de interessantes, trocamos telefones. Entre mensagens e
telefonemas e novos encontros, engatamos um namoro que durou dois anos. Graças a ele, o Luigi, a seus
encantos, ao que junto dele vivi em tão pouco tempo, não pude evitar e sucumbi ao desejo de me casar com toda
pompa e circunstância. Sim, esse homem feito pra mim, despertou em mim
sentimentos os quais nunca havia eu sentido. Tudo nele é inspirador: a sua sensibilidade,
a generosidade, o jeito de cuidar das pessoas, dos animais, da natureza, a
paciência dele para comigo, a cabeça fervilhante dele recheada de ideias
fascinantes e o olhar dele ao mundo a sua volta me seduziu, me encantou, me fez
sonhar, idealizar coisas com as quais
nunca havia sonhado. E, claro, colocá-las em prática!
E, então me coloquei a pensar, por que não reverenciar esse
nosso amor, sacramentá-lo diante de Deus e dos homens? E por que não “ingressar” no ritual que eu sempre rejeitara?
Como diria minha
avó, haveria um dia em que chegaria o
homem certo em minha vida, em que eu sentiria um certo “clique” rsrs e, com certeza, eu mudaria de ideia! Pois foi
assim mesmo. Senti o tal “clique”, a
sensação de que eu o conhecia há milênios,
um certo pertencimento, um reconhecimento de almas afins. Senti em Luigi o companheiro-amigo-confidente-cúmplice-amante-alma
gêmea e tudo o mais, inexplicável em palavras. Temos uma sintonia
afinada de corações, de mentes, de espíritos além da nossa “química” de corpos,
de pele – claro.
Daqui a dois dias estarei casada. Tudo – da cerimônia no
civil e no religioso à festa- foi planejado
nos mínimos detalhes por nós dois, inclusive
a trilha sonora que nos embalou. O
bacana é que ele participou de todos os detalhes, pacientemente. Lógico que sobre o meu vestido ele nem sequer
imagina o quão impactante será.
Devo-lhes confessar que estamos mais confiantes que ansiosos, pois fomos
ciceroneados e respaldados por
profissionais de indiscutível gabarito. Além, claro, de termos a certeza do nosso amor, de que fomos feitos um
para o outro!
Era uma vez uma mulher que cruzou inusitadamente o caminho
de um homem.
Uma mulher pronta pra esquecer o passado ruim. Um homem sem
medo de se apaixonar novamente. Ambos malsucedidos no último relacionamento.
Ambos com corações doloridos.
E ,entre olhares e mensagens, em dois meses os dois estavam juntos.
E essa mulher apresentou a ele novos horizontes.
E esse homem apresentou a essa mulher novas formas de
sentir.
E eles se propuseram o “trato do amor livre".
E os dois juntos entraram em sintonia física, mental e espiritual.
E foram dias e noites reveladoras - entre sol, chuva, lua, estrelas,
nas quatro estações, durante três outonos, em cenários paradisíacos.
E eles se fizeram felizes.
Até um dia em que pintaram as diferenças
E o antigo “trato do amor livre” se desfez.
Ela subverteu seus valores.
Ele subverteu seus princípios.
E ela viu-se perdida de amor.
E começaram as cobranças que deram nó na cabeça dele.
E ele começou a entender que ela fora um engodo.
E ela entendeu que ele era livre demais
E que ambos não aguentariam o tranco.
E a insegurança dela
tornou-o confuso.
E ela depositara nele expectativas infundáveis.
E ele percebeu o ponto fraco dela e deleitou-se.
E ela negou-lhe amor, ironicamente cega de amor por esse
homem-peça do Destino?
Um dia ele se cansou de tanta incoerência e das “desfeitas”
daquela mulher
Foi-se embora
E deixou-a a ver navios.
Declarou-se ele, logo depois e publicamente, em redes sociais ao seu novo, único e último
amor.
E ele deixou claro o tamanho de sua nova paixão.
E eis que a “ex “ , quando desse rompante tomou
conhecimento, tornou-se a pior das criaturas.
Começou a espernear, a chantagear, a cobrar atitudes
Daquele homem-personagem que ela criara.
E começou literalmente a infernizar o novo casal.
Um dia, ao cobrá-lo de uma suposta dívida,
Teve uma resposta fatal:
“Quero vê-la maravilhosamente bem, mas beeeeeeem longe de
mim”!
E ela - em estado de choque - entendera que ele nunca a
amara
Apesar da bondade e generosidade daquele homem, das
gentilezas dele, das noites ardentes, dos dias luminosos, dos planos deles etc e
tal.
E anunciou a ele, em noite sábia, que o perdoava por não atender às expectativas dela.
E com linda, tocante
e convincente mensagem a ele, virou ela a página.
E ela o deixou em paz
para seguir livre, sem nenhum tipo de amarra ou dívida com ela.
Isso depois de ela ter aprontado tudo o que pôde, sem
escrúpulos e com o coração esmagado.
E, desde então, ele se tornou um homem sem amarras, um ser
absolutamente feliz e a cada dia mais apaixonado pela nova mulher.
Tornou-se ele um menino descobrindo o seu primeiro, único e
último amor
E seguiu ele em frente, sem olhar para trás
E sem mais nenhuma
palavra com a mulher do passado sombrio.
E ela seguiu com um novo amor que tudo por ela faz.
E ela segue com aquele homem do passado no corpo, na alma,
no coração.
E ela ouve as palavras quentes do homem do passado- o mestre do ponto G dos
ouvidos femininos- ao pé da cama.
E ela sente o calor dele todas as noites como sempre o
sentira , mesmo quando não demonstrava por ele o amor desmedido que tinha,
ressentida que estava com suas atitudes.
E ela se vê agora
enternecida no meio da madrugada olhando para o seu novo "amor" ao seu lado
Dormindo serenamente e nela enroscado.
E ela sussurra nos ouvidos desse homem palavras de amor
Tomada pelo outro em
pensamentos, sombras deliciosas do passado, que insistem e persistem em visitá-la a
despeito de tudo o que se passou.
Ela não mais pensa, apenas sente ondas de amor invadindo seu
corpo, sua alma, seu coração.
E ela sente as tais ondas invadindo também o corpo, a alma, o coração
daquele homem do passado que -temporariamente- está longe dela.
E essa mulher sente coisas que só as mulheres sabem e
sentem.
E ela nem quer saber se amanhã de manhã alguém virá dizer o
quão linda foi a última postagem dele
para com a sua nova paixão.
Porque ela sabe que é uma questão de tempo: mais dia, menos dia estarão juntos,
inaugurando uma nova fase, prontos os dois para uma nova história. Nem que seja
em outro plano.
Ela sente que o que
for de verdade, será para sempre.
Ela apenas sente que
os enganos, as sombras se dissiparão.