Lá estava ele: encorpado, dourado, no seu frescor, na sua
delícia de ser e de sentir... Lá estava ele, soberano da situação,
magnetizando-me por completo. Me pondo à prova, me testando de forma
irresistível. Fazia tempo que não nos víamos. Fazia tempo, muito tempo que
vinha eu resistindo a ele. Estávamos, na verdade, de relações cortadas. Mas vez ou
outra, a saudade dele vinha me visitar - a mim e ao meu corpo.
Lá estava ele em seu frescor, só para mim...sedutor,
imponente, senhor das sensações deliciosas e de sentimentos tão contraditórios.
Minhas pupilas se dilataram. Minhas sensações gustativas se
alteraram ...Quis desviar a atenção para o mar, para o luar, para a cama
confortável com o bendito lençol egípcio – mimo oportuno. Quis relutar
veementemente, distraindo-me com leituras, ouvindo Mozart, vendo Tarantino
rsrs. Tentei tirá-lo do foco e sair dançando loucamente , mas ele estava ali a
minha espera, com aquela sua linda e instigante presença, como a me hipnotizar,
como sempre!
Pensei em sair de fininho – quem sabe dar uma volta com meu
Anjo de quatro patas?
Pensei em beber algo flûte...mas a presença dele me impelia
para um abismo maior. Seria ele um abismo do bem? Talvez depois me arrependesse
daquele ato desvairado, impulsivo, de total nonsense - fui conjecturando por
alguns momentos infindáveis. A espera e a dúvida foram se dissipando, à medida
que já se prenunciava o prazer que ele- naquela madrugada insólita- me
proporcionaria.
O avançar dos anos nos permite certas estripulias, mas
quando se trata de um bem-estar maior ou um certo cuidado com a saúde, uma
certa moderação é sempre muito bem-vinda e, para o momento, poderia sinalizar
um mínimo de sensatez.
Eu poderia evitar tal situação. “Eu tenho a força, eu posso,
eu consigo, eu sou mais eu”!
Tudo em vão. O chamado interno foi voraz...fatal!
E lá estava ele, instigador, se oferecendo todo pra mim e
deixando-me à mercê dos desejos, dos prazeres “da carne”.
O pudim de leite com furinhos me seduziu “total”. O pudim me
arrebatou. Ele venceu. Eu sabia que não seria só um pedaço, só uma parte dele.
Eu sabia que eu o devoraria em poucas horas. Eu sabia que junto dele (a tal
sensação de “comfort food” – oh, infância! - me pega vez ou outra) eu me faria
enveredar para a saciedade de uma certa verdade. Posto que não foi a fome –
vontade de se alimentar; tampouco foi a gula – fome pervertida- que vieram a se
duelarem dentro de mim.
E eu lhes digo, caros amigos, fora apenas um estado de ânimo, de degustação momentânea, da experimentação (ou transferência) do
desejo – delicioso e incontrolável - de um sentido maior naquela noite de lua
louca...na noite de verão com cara de outono surdo.
Pois que venha a vida...com todos os seus sentidos maiores!
(...)
Passo-lhes aqui a minha receita do Pudim "com furinhos":
4 ovos
1 lata de leite condensado
2 medidas (da lata) de leite integral
3 colheres (de sopa) de açúcar
1 colher (de sopa) de amido de milho
Bater por uns 2 minutos até "espumar" bem
Derreter meia xícara de açúcar na forma até caramelizar.
Colocar em banho-maria em forno preaquecido.
Assar em forno médio -180 a 200 graus - por 50 minutos ou até dourar levemente.
Se quiser um pudim mais compacto,sem os " furinhos", não adicione o amido e bata rapidamente, sem "espumar" ou espere uns minutos antes de colocar o pudim na forma caramelizada.
O da foto foi feito com 2 receitas, todos os ingredientes em dobro.
Deleite-se!
(...)
Passo-lhes aqui a minha receita do Pudim "com furinhos":
4 ovos
1 lata de leite condensado
2 medidas (da lata) de leite integral
3 colheres (de sopa) de açúcar
1 colher (de sopa) de amido de milho
Bater por uns 2 minutos até "espumar" bem
Derreter meia xícara de açúcar na forma até caramelizar.
Colocar em banho-maria em forno preaquecido.
Assar em forno médio -180 a 200 graus - por 50 minutos ou até dourar levemente.
Se quiser um pudim mais compacto,sem os " furinhos", não adicione o amido e bata rapidamente, sem "espumar" ou espere uns minutos antes de colocar o pudim na forma caramelizada.
O da foto foi feito com 2 receitas, todos os ingredientes em dobro.
Deleite-se!