Rosana Gimael Blogueira

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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

EU X ELE = SENTIDO MAIOR


Lá estava ele: encorpado, dourado, no seu frescor, na sua delícia de ser e de sentir... Lá estava ele, soberano da situação, magnetizando-me por completo. Me pondo à prova, me testando de forma irresistível. Fazia tempo que não nos víamos. Fazia tempo, muito tempo que vinha eu resistindo a ele. Estávamos, na verdade, de relações cortadas. Mas vez ou outra, a saudade dele vinha me visitar - a mim e ao meu corpo.
Lá estava ele em seu frescor, só para mim...sedutor, imponente, senhor das sensações deliciosas e de sentimentos tão contraditórios.

Minhas pupilas se dilataram. Minhas sensações gustativas se alteraram ...Quis desviar a atenção para o mar, para o luar, para a cama confortável com o bendito lençol egípcio – mimo oportuno. Quis relutar veementemente, distraindo-me com leituras, ouvindo Mozart, vendo Tarantino rsrs. Tentei tirá-lo do foco e sair dançando loucamente , mas ele estava ali a minha espera, com aquela sua linda e instigante presença, como a me hipnotizar, como sempre!
Pensei em sair de fininho – quem sabe dar uma volta com meu Anjo de quatro patas?
Pensei em beber algo flûte...mas a presença dele me impelia para um abismo maior. Seria ele um abismo do bem? Talvez depois me arrependesse daquele ato desvairado, impulsivo, de total nonsense - fui conjecturando por alguns momentos infindáveis. A espera e a dúvida foram se dissipando, à medida que já se prenunciava o prazer que ele- naquela madrugada insólita- me proporcionaria.

O avançar dos anos nos permite certas estripulias, mas quando se trata de um bem-estar maior ou um certo cuidado com a saúde, uma certa moderação é sempre muito bem-vinda e, para o momento, poderia sinalizar um mínimo de sensatez.
Eu poderia evitar tal situação. “Eu tenho a força, eu posso, eu consigo, eu sou mais eu”!
Tudo em vão. O chamado interno foi voraz...fatal!
E lá estava ele, instigador, se oferecendo todo pra mim e deixando-me à mercê dos desejos, dos prazeres “da carne”.

O pudim de leite com furinhos me seduziu “total”. O pudim me arrebatou. Ele venceu. Eu sabia que não seria só um pedaço, só uma parte dele. Eu sabia que eu o devoraria em poucas horas. Eu sabia que junto dele (a tal sensação de “comfort food” – oh, infância! - me pega vez ou outra) eu me faria enveredar para a saciedade de uma certa verdade. Posto que não foi a fome – vontade de se alimentar; tampouco foi a gula – fome pervertida- que vieram a se duelarem dentro de mim.
E eu lhes digo, caros amigos, fora apenas um estado de ânimo, de degustação momentânea, da experimentação (ou transferência) do desejo – delicioso e incontrolável - de um sentido maior naquela noite de lua louca...na noite de verão com cara de outono surdo.


Pois que venha a vida...com todos os seus sentidos maiores!

(...)
Passo-lhes aqui a minha receita do Pudim "com furinhos":

4 ovos
1 lata de leite condensado
2 medidas (da lata) de leite integral
3 colheres (de sopa) de açúcar
1 colher (de sopa) de amido de milho
Bater por uns 2 minutos até "espumar" bem

Derreter meia xícara de açúcar na forma até caramelizar.
Colocar em banho-maria em forno preaquecido.
Assar em forno médio -180 a 200 graus - por 50 minutos ou até dourar levemente.

Se quiser um pudim mais compacto,sem os " furinhos", não adicione o amido e bata rapidamente, sem "espumar" ou espere uns minutos antes de colocar o pudim na forma caramelizada.
O da foto foi feito com 2 receitas, todos os ingredientes em dobro.
Deleite-se!
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