Diferentemente da grande maioria das mulheres, eu nunca
sonhei em me casar e, principalmente, sempre fui avessa ao convencional, ao tradicional e,
claro, aos rituais das cerimônias de casamento, da Igreja à festa.
Vejam bem, eu
utilizei o verbo no passado. Eu nunca sonhei em me casar até encontrar Luigi e
por ele me apaixonar e, com ele, sonhar, fazer planos e senti-lo como o primeiro e o último amor.
Eu o conheci em uma das minhas viagens inusitadas entre
montanha e praia, sozinha. Deparei-me em uma encruzilhada, com Zeus – meu deus
grego, Luigi- a pedir carona, já que o carro dele estava ali no acostamento com
problemas no motor. Não costumo dar
caronas, mas algo muito forte me impelia a fazê-lo e fui o que fiz, sem pensar
duas vezes.
E lá fomos nós na estrada esburacada e empoeirada à
cidadezinha mais próxima onde eu estava hospedada – a cidade-natal
dele – mística, adorável, no alto das montanhas mineiras.
E, no caminho, entre uma trilha sonora deliciosa e papos
também pra lá de interessantes, trocamos telefones. Entre mensagens e
telefonemas e novos encontros, engatamos um namoro que durou dois anos. Graças a ele, o Luigi, a seus
encantos, ao que junto dele vivi em tão pouco tempo, não pude evitar e sucumbi ao desejo de me casar com toda
pompa e circunstância. Sim, esse homem feito pra mim, despertou em mim
sentimentos os quais nunca havia eu sentido. Tudo nele é inspirador: a sua sensibilidade,
a generosidade, o jeito de cuidar das pessoas, dos animais, da natureza, a
paciência dele para comigo, a cabeça fervilhante dele recheada de ideias
fascinantes e o olhar dele ao mundo a sua volta me seduziu, me encantou, me fez
sonhar, idealizar coisas com as quais
nunca havia sonhado. E, claro, colocá-las em prática!
E, então me coloquei a pensar, por que não reverenciar esse
nosso amor, sacramentá-lo diante de Deus e dos homens? E por que não “ingressar” no ritual que eu sempre rejeitara?
Como diria minha
avó, haveria um dia em que chegaria o
homem certo em minha vida, em que eu sentiria um certo “clique” rsrs e, com certeza, eu mudaria de ideia! Pois foi
assim mesmo. Senti o tal “clique”, a
sensação de que eu o conhecia há milênios,
um certo pertencimento, um reconhecimento de almas afins. Senti em Luigi o companheiro-amigo-confidente-cúmplice-amante-alma
gêmea e tudo o mais, inexplicável em palavras. Temos uma sintonia
afinada de corações, de mentes, de espíritos além da nossa “química” de corpos,
de pele – claro.
Daqui a dois dias estarei casada. Tudo – da cerimônia no
civil e no religioso à festa- foi planejado
nos mínimos detalhes por nós dois, inclusive
a trilha sonora que nos embalou. O
bacana é que ele participou de todos os detalhes, pacientemente. Lógico que sobre o meu vestido ele nem sequer
imagina o quão impactante será.
Devo-lhes confessar que estamos mais confiantes que ansiosos, pois fomos
ciceroneados e respaldados por
profissionais de indiscutível gabarito. Além, claro, de termos a certeza do nosso amor, de que fomos feitos um
para o outro!