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ecebi uma mensagem in box de um querido e lindo casal de amigos
pedindo o meu endereço pra me mandar uma encomenda. Disseram-me que eu iria
cair pra trás com a “surpresa” que chegaria em minha casa.
Imaginem se eu não fiquei ansiosa! Uma surpresa desses amigos
tão especiais pra mim...acabei indo ao correio, já que aqui onde estou não há
carteiro...vai que a “surpresa” já tinha chegado!
Saí de lá, pensando no que poderia ser...cheguei a cogitar que
os dois viessem me visitar, por que não¿
Mas seria algo inusitado pra não dizer impossível já que os dois já tinham
retornado de férias e já estavam em sala de aula.
Enfim, aguardava feito criança em noite feliz com Papai Noel
essa surpresa!
Cheguei da cidade com meu filho às 13h...
Ao chegar a casa, Lud gritou de cara que a minha encomenda havia
chegado.
Entrei e dei de topo com um jovem de olhos claros que não me era
estranho, acompanhado de uma “moça” meio que embrulhada pra presente da cintura
pra cima, que deixava à mostra belas pernas bronzeadas...quem poderia ser¿ Que
surpresa era aquela¿ Lentamente, ela foi aparecendo sob o embrulho de papel cor de
rosa...Euniiiiiiiceeeeeee!!!!!!Não acreditooooooo!!!!E começamos a pular e a
pular de mãos dadas,riiindo muuuito...Que linda surpresa!!!! Eu não acreditava
meeeesmooo...chegara de Floripa onde fora visitar o filho Danilo e resolveu
passar pra me ver. Veio de uma estafante viagem de ônibus...o motorista a parou
na av. principal e ela saiu perguntando onde morava a Rosana, a paulista, ao
que prontamente apontaram a direção.
Mal chegou, já nos atracamos a conversar e a conversar e a
conversar...
Ela é espirituosa, cara, jeito e corpo de menina que não
denuncia em hipótese alguma a idade que tem. Leve de alma, leve de espírito,
riso contínuo, papo-cabeça, marota, criativa, sedutoramente, hipnoticamente
interessante, linda de viver, de bem com a vida...esta é ela.
Passamos o dia e a noite rindo, conversando,
relembrando...encantadas com o nosso reencontrar...harmonia reinando absoluta.
Privilégio ter esses momentos. Tudo tão natural, tão espontâneo,
tão a gente mesmo...
Anoiteceu e ainda estávamos em volta de uma mesa, comendo, bebendo...
eis que de repente, passou um jovem
acompanhado de outros dois amigos que a reconheceu pela voz...era um primo dela
querido de S.Paulo que estava de férias por aqui. Sentou-se conosco, um
encontro inusitado meeesmo...coisas que acontecem com ela.
Ficamos animadamente conversando, já nos programando para a
praia no dia seguinte...e já era tarde quando nos dispusemos a dormir...
O amanhecer estava luminoso, quente, envolvente, um alegre
despertar criativamente elaborado por ela...e lá fomos à praia nos juntarmos ao
primo Jair, extremamente alto-astral.
E caminhamos, e conversamos e curtimos as poucas horas que ela
tinha por aqui feito crianças...
De repente, ela deu um salto no ar...uma bailarina francesa ou
uma gaivota airosa¿ Literalmente suspensa no ar, querendo alçar
voo...Instigante, paralisante...que ser é esse¿
Apenas uma garota que sabe extrair da vida o melhor, uma mulher
sábia, desprendida de tudo e de todos, que faz comentários interessantes das
pequenas às grandes coisas, que, com olhar atento de alma, desvenda mistérios e
segredos e novidades a sua volta, que envolve a tudo e a todos com sua maneira
de contar o que viveu...com seu porte altivo e andar flutuante, moleca de tudo,
canaliza a atenção pra si mesma de forma incomum...irreverente, simples, sábia,
performática...adorável!
Despediu-se de nós de forma surpreendente – como era de se
esperar, vindo dela.
Olhou cada um de nós de forma intensa e disse-nos que iria nos
passar três coisas...a primeira era sobre o relacionamento entrepais e filhos; a segunda sobre o que sentiu nesse nosso
reencontro e como fora recebida; a terceira a mensagem-ritual de um feliz Ano
Novo...sob o cantarolar do “Adeus Ano velho...feliz ano novo” demonstrou o que
ela e a família fazem durante décadas, mantendo a tradição pra recomeçar um
novo ano-ofereceu-nos a cada um de nós a menor nota(dois reais) que deveríamos
manter dobradinha na carteira...pra nos dar sorte!
Foi embora cantarolando, adorando tudo o que viu, brincando com
os imprevistos e o nosso despojamento, o nosso amontoar de coisas já que
havíamos retornado ao nosso espaço após mudança de chalé que havíamos alugado
na temporada...uma bagunça só...brincou com o despertar da ruidosa descarga,
com o aspecto da “casa de boneca” (às avessas!), com a toalha “cortada ao meio”
para dois, do improviso de talheres e panelas, dentre tantas outras coisas...
Até tentei a famosa frase: “Desculpe a bagunça, acabamos de
chegar com a mudança, etc etc etc”...nem precisaria, ela parecia pertencida a
nossa rotina, ela entendeu que algo muuuuito mais precioso foi a chegada dela
ao nosso lar, àquele temporário espaço nosso, entendeu que amamos estar com ela
e o que ela nos ofereceu, nos entregou .... totalmente disponível, totalmente
entregue ao nosso benquerer...
Ela sentiu que não alterou a nossa rotina, que também estávamos
entregues e disponíveis pra ela, que nos alegramos com a presença dela e de seu
filho, Danilo...que foi um prazer memorável ela ter estado aqui conosco.
E eu apenas agradeço a Deus a oportunidade, o privilégio de ter
pessoas assim por perto, pessoas que
nos visitam pra acrescentar, pra darem
aquele sentido maior a nossa existência tão exaustivamente citado por mim.
Sou sempre repetitiva naquilo que discorro acerca da arte do
encontro (e do reencontro!)...Sei apenas que a felicidade reside nessas
pequenas fagulhas de contentamento aparentemente tão prosaico, tão pueril...e
tão revelador!
Sei que eu, meu filho e
meu namorado fomos tomados por uma onda de felicidade incomum e que sempre nos
lembraremos dela com carinho e gratidão: uma presença marcante e que se fez tão
necessária e premente neste momento de nossas vidas.
Um encontro com sabor de conversas na calçada frente a nossas
casas em Cosmos, minha querida cidade natal, nas noites alegres de verão,
acompanhados dos nossos pais, tios, primos, avós, amigos...coisas de
antigamente, muuuito raras hoje em dia, pra não dizer impossíveis de
acontecerem. Coisas que hoje não temos mais oportunidade de desfrutar...apenas
ternas ( e eternas!) lembranças que dão uma dorzinha looouca dentro da
gente...e que nos fazem tão bem!
Obrigadaaaaa por sua presença luminosa em nossa casa e até a qualquer momento...um lindo voo pra vc, “gaivota-bailarina”, e um alegre aterrissar!
Obrigadaaaaa por sua presença luminosa em nossa casa e até a qualquer momento...um lindo voo pra vc, “gaivota-bailarina”, e um alegre aterrissar!