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ui apresentada a um rapaz que poderia ter sido meu aluno, que
poderia ter sido meu sobrinho,que
poderia ter sido meu filho, que poderia
ser mais uma pessoa que passou em minha vida pra marcar, pra fazer a
diferença, pra me ensinar coisas, pra me
fazer ouvir coisas que só acrescentam, que faz a vida valer a pena. Vinte e
dois anos, arquiteto por formação, aspirante a ator, não se sabe ainda se por
vocação...Bem, pelo que vi e ouvi dele, acho, sim, que ele já nasceu ator.
É naturalmente um rapaz bonito, com um bigodinho estilo anos 30
( o seu código de barras) que emoldura graciosamente os lábios carnudos e lhe
dá um ar de boêmio e de um pouquinho mais velho, estatura mediana, boa
aparência, lindo sorriso, dentes harmoniosamente apresentados.
Quando fala, sua origem é
denunciada pelo sotaque goiano. Seus gestos, sua postura, seu vocabulário, suas
pequenas sutilezas de alma delatam que é bem- nascido, que não é um rapaz qualquer-
no último dia no Rio, vim a saber,
através dele, que eu não estava errada com as minhas impressões. Nem faria a
diferença, sou ligada na essência das pessoas e nada mais.
O provérbio: “ É pelos frutos que se conhece a árvore” vem à
minha cabeça, à medida que vou ouvindo o que ele diz, o que ele conta, como ele
se apresenta durante os dias que com ele
tive o privilégio de passar, juntamente
com amigos nos quais também exerceu
certo encantamento, um certo fascínio
através do seubrilho incomum, da sua luz irradiando por todos os lugares
por onde passou nesses dias ensolarados(
e enluarados!) do Rio de Janeiro. Não tem como não imaginar que pais incríveis
devem estar por trás de alguém como ele, que suporte deve ter tido esse
rapaz através de seus progenitores. . e
de como tem sido a sua vida, a sua trajetória até aqui.
È um rapaz centrado, é um
rapaz que toca as pessoas com o seu senso humanitário, com o seu lindo
jeito de ser.. Com a sua simpatia e
carisma,com sua simplicidade e olhar atento ( e sensível!), com seu jeito
sereno e sorriso franco, com suas atitudes nobres ( de um “jovem senhor” -!¿ -
cavalheiro!), seduz ambulantes,
crianças, todos à sua volta.
Seu idealismo não difere
da maioria dos jovens que conheço. Seus relatos não fogem da vivência comum a
outros jovens de seus vinte e poucos anos...
Capricorniano como eu, ambos com a mesma confluência de
planetas, às vezes apresenta uma certa
timidez camuflada talvez pela idade ou pela situação momentânea da descoberta
de novas possibilidades. Para logo, desfazer o
“equívoco” e se jogar, sem medo de ser ridículo, sem medo de ser feliz!
Um episódio, dentre outros, me marcou. Entramos num barzinho pra
ouvir um som e, quem sabe, dançar. Estranhamos o fato do comportamento
“morno” das pessoas lá dentro ( viemos a
comentar isso posteriormente)...Ficamos uns 30 segundos sentados à mesa, meu
amigo Vinícius me convidou pra dançar e, de repente, ele também se juntou a nós, juntamentecom meu filho (baladeiro de carteirinha) e alí varamos horas na minúscula pista,
dançando até o amanhecer todos os ritmos
que marcaram a “minha” época –principalmente o estilo rock progressivo e metal-
e que ele também curtia (bom gosto musical não tem idade...rsrsrs!)
Ao rasgar do amanhecer, lá estávamos a conversar sobre as
impressões do nosso encontro, sobre a
arte do encontro, sobre a magia da vida...ficamos a filosofar, a conversar
muuuito...sintonia total, como se nos conhecêssemos há séculos!
Quando o questionei por que preferiu bater uma foto (minha, com
alguns artistas) e não sair nela, ele me respondeu: “O artista (ator
protagonista) sou eu, não eles! Eles é que têm que pedir pra tirar uma foto
minha!”...rsrsrs.
Este é Breno. Poderia ser
qualquer outro jovem, qualquer outra pessoa jovem ou não. Foi um encontro de
almas...e almas não têm idade, almas afins se reconhecem, se identificam,
dispensando apresentações formais...E quantas não existem por aí, a se toparem,
a irradiarem tanta luz, tanta energia do bem, a “ incendiarem” a magia de tantos encontros, fugazes ou não,
que vêm pra nos fazer prestar atenção que a vida tá aí pra ser vivida à
exaustão e , com elas, aprendermos a ser
pessoas melhores, infinitamente melhores!
Como ele disse: “ Nos trombamos na vida...Até!”
E eu lhe digo: “Até a
qualquer momento”, Breno!